terça-feira, 3 de maio de 2011

ENTREVISTA

Sobre tecnologias e educação...




Durante o mês de maio, o Profº. Michel de Vilhena Ferreira, pedagogo e psicólogo, especializando em “Planejamento Educacional e Docência do Ensino Superior” (ESAB/FABEL), ministrará a disciplina “Tecnologias e Recursos Pedagógicos” para a Turma de Graduação em Pedagogia 015. O trilhasfpa conversou com o Professor e procurou entender como se dá a relação entre as Novas Tecnologias da Informação e Comunicação e a formação profissional para o exercício da cidadania:


Trilhasfpa: Professor Michel, o senhor é pedagogo e psicólogo. Como o senhor relaciona essas duas formações?

Professor Michel: A Psicologia é uma das disciplinas que fundamenta e instrumentaliza teórico-metodologicamente a atuação na educação. As técnicas e procedimentos das diversas abordagens psicológicas, muito longe de objetivos, concretos e pragmáticos, possibilitam operar significativamente na dinâmica simbólica subjetiva, dos sujeitos, grupos, organizações e instituições. Na educação e no ensino isso tem uma aplicabilidade incrível. O instigante é que só o psicólogo percebe os seus efeitos imediatos nas suas intervenções nos processos de subjetivação.

Trilhasfpa: Como o senhor entende a prática docente?

Professor Michel: Penso a prática docente com um trabalho. A prática docente precisa ser pensada, estruturada, organizada, operacionalizada e executada como um trabalho. Um trabalho como outro qualquer que precisa de priorização no planejamento de ações, objetivos e procedimentos. Com uma diferença, é claro, o objeto desse trabalho é abstrato. É a formação humana, é o desenvolvimento do potencial humano. Por isso requer maneiras diferenciadas de lidar com ele. Nisso a psicologia me auxilia muito.

Trilhasfpa: Que trabalho o senhor vem desenvolvendo com seus alunos em sala de aula, no sentido de fazê-los perceber a importância da educação para a cidadania?

Professor Michel: Quando ministro disciplinas que possibilitam uma abordagem e uma discussão mais crítica, tento fazer com que os alunos percebam a necessidade de autonomia e de auto-gestão de seus conhecimentos e de sua formação. Tento fazê-los praticar a autoanálise e o autoconceito, ou seja, a crítica da visão de si mesmo como sujeito, o treino da percepção que o aprendiz possui de sua própria educação, da relação de si consigo mesmo na mudança dos seus próprios processos internos de sua subjetividade e processos externos de construção social da realidade.

Trilhas: Como o senhor conduzirá a disciplina de “Tecnologias” na turma de Pedagogia 015?

Professor Michel: O objetivo, a finalidade prioritária desse ensino é a inserção no debate dos efeitos das Novas Tecnologias de Informação e Comunicação (NTIC’s) nos processos de reestruração da produção econômica, social e cultual contemporâneas. Vivemos em um momento sensível de transição em que os efeitos e consequências da utilização desses recursos no mundo do trabalho e das relações não tem precedentes na história, como nenhuma outra tecnologia da inteligência. Isso deve ser debatido com urgência na área da educação.

Um leve toque de Sophia...



A Escola de Atenas, de Rafael (1506-1510)

É muito comum estudantes e professores de Filosofia serem questionados acerca da natureza e dos propósitos da mesma. Se, por um lado, todos imaginam saber qual o escopo do ensino das Letras, qual a importância do ensino da Matemática, qual o caráter do ensino da Física, qual o interesse do ensino da Química, qual a necessidade do estudo da Biologia, da História e da Geografia, pouquíssimos são aqueles que reconhecem a legitimidade da Filosofia e sua verdadeira contrapartida. No entanto, antes de prosseguir, é mister observar que Filosofia não é, sobremaneira, argumento de religião – embora possa fundamentar a Teologia enquanto uma possibilidade ou tentativa de compreender lógica e racionalmente o “fenômeno” divino. Porém, diga-se, a Filosofia pensa Deus e não simplesmente o aceita. Emerge, aqui, então, uma primeira distinção: enquanto as doutrinas religiosas estruturam-se mediante a experiência (muitas vezes mística!) da fé, a Filosofia estrutura-se a partir da razão.
 Nestes termos, a Filosofia constitui um campo do conhecimento e não um postulado ou corolário de dogmas que devem ser observados, sob pena do crente ou fiel ser punido, castigado ou até mesmo execrado. A diferença entre Filosofia e religião é, portanto, uma das notas preliminares que devem ser consideradas, haja vista confundirem-se a seriedade teórico-epistêmica da postura do filósofo com a austeridade ascética do cristão empedernido. Todavia, pode-se objetar este argumento contrastivo, destacando-se que, assim como a religião, a Filosofia está preocupada com as questões fundamentais da existência. Porém, deve-se advertir que, quando a racionalidade filosófica perscruta a origem (arké) e o télos (fim), ela o faz com vistas no mundo dos homens e não em um suprassensível para além das estrelas...
Pois muito que bem, se a Filosofia é conhecimento racional, qual a diferença dela em relação à Ciência que também se utiliza da racionalidade como parâmetro estruturante do saber? Ora, tanto a Filosofia, quanto a Ciência buscam as causas das coisas. Efetivamente falando, só se pode conhecer filosófica e/ou cientificamente o mundo e/ou a realidade (física ou humana/social) mediante a investigação sistemática, regular e coerente das causas. É, justamente, por isso que tanto a Filosofia, quanto a Ciência diferem do senso comum, porquanto ambas não aceitam passivamente, isto é, sem análise crítica, as superstições e preconceitos histórica e socialmente construídos. No entanto, na medida em que a Filosofia busca compreender a realidade a partir de um ponto de vista eminentemente teórico-especulativo, ela se caracteriza como um saber totalizante; ao passo que a Ciência delimita pontualmente seu objeto de estudo, investigando, a partir de métodos e técnicas (instrumentais), a realidade física (como no caso das ditas hard sciences, isto é, das chamadas “ciências duras”, tais como a Química, por exemplo) ou, ainda, a realidade humana e/ou social (cultural).
Se, como diz o adágio popular, “de médico e louco todo o mundo tem um pouco”, tenha-se plena certeza que cada um de nós, inequivocamente, é também um pouquinho de “filósofo”. Quando pretendemos “descobrir” quem somos – na acepção mais genuína do verbo ser; quando questionamos o sentido da vida; quando desconfiamos das certezas absolutas e, ainda, quando buscamos um entendimento do contexto histórico-social humano, já estamos a caminho de tudo aquilo que os grandes pensadores elaboraram. Todavia, deve-se ficar bem claro que a Filosofia não se confunde com a Psicologia e que ambas não tem nada a ver com autoajuda. Ora, a Psicologia é uma ciência que visa, mediante diversas abordagens, garantir ou restituir a integridade do indivíduo; já a Filosofia está muito mais interessada em fazer um uso teórico da razão do que propriamente promover o bem-estar psíquico. Em última instância, a Psicologia trata da subjetividade humana, ao passo que a Filosofia pergunta-se, como bem ensina Kant, “o que posso conhecer?”, “o que devo fazer?”, “o que posso esperar?” e “o que é o homem?”. Vê-se, assim, que a Filosofia difere da Psicologia e que nem uma e nem outra compactuam com a postura tacanha de “superação” de dificuldades propalada de modo vulgar pela literatura de autoajuda que graça nas estantes das livrarias que negociam verborreias infundadas como se fossem verdadeiras teorias.
Porém, de todas as confusões e impropérios que orbitam ao redor da Filosofia está o subproduto mais imediato da ignorância daqueles que desconhecem a matéria e a mediocridade daqueles que acreditam que sabem de tudo, qual seja, a ideia de que a razão filosofante confunde-se com a loucura inebriante. Ora, o questionamento incisivo e a crítica radical não devem ser confundidos com a inconsistência de um pensamento desarranjado e a incoerência de um juízo patologicamente afetado. Filosofia – repito – não é sinônimo de loucura – ao menos não necessariamente...! Mas, afinal, o que é Filosofia? Pois bem, a palavra “Filosofia” vem do grego e significa amor (filo, fila) à sabedoria (sophia). Dizia Pitágoras (570/571 a.C a 496/497 a.C) que os filósofos não são sábios, pois a sabedoria enquanto tal pertence aos deuses, de modo que aos humanos cabe apenas aspirá-la, amá-la. Nestes termos, o filósofo é o amante da sabedoria, o amigo do saber.  A Filosofia nasce no século VII a.C, entre os Jônios, na Cidade de Mileto, com Tales, desprendendo-se do interior das formulações mitopoéticas que, por sua vez, eram cantadas pelos poetas inspirados, homens tidos como sábios. Quando surge, portanto, a Filosofia opera uma verdadeira transformação na percepção total da realidade. O filósofo, ao contrário do poeta (aedo ou rapsodo), não é mais o sábio que detém o conhecimento dos sortilégios do mundo, e sim apenas um “investigador”.
No entanto, não basta dizer que a Filosofia é o “amor à sabedoria”, posto que o que caracteriza o esforço teórico do filósofo é, também, responder a esta pergunta, levando-se em conta as “aquisições” conceituais dos que o antecederam. Logo, se se disser que o filósofo busca a verdade, tem que se dispor que esta “verdade” é historicamente construída e só pode ser adquirida coletivamente. E, ainda, se se diz que verdade e realidade se confundem, é necessário, então, investigar os limites e possibilidades para o conhecimento das coisas, já que a Filosofia é um exercício racional de constante reflexão. Porém, se o filósofo deve, além de descrever as primeiras causas e os primeiros princípios que regem o conhecimento da realidade física, ele também tem que dar conta dos valores ético-morais que devem orientar a vida e a práxis política, da mesma forma que deve-se ocupar dos juízos de (bom) gosto que definem os limites entre arte e natureza.
Como diria Platão, a Filosofia é para poucos – e não adianta insistir quando não se tem uma espécie de “talento natural”. O número de filósofos no mundo, desde o surgimento da Filosofia na Grécia até os dias atuais, é infinitamente menor que a escala absoluta da população do globo. Excetuando-se, portanto, essa seleta de “livres-pensadores”, quem resta? Ora, restam apenas bons comentadores de Filosofia, professores e alunos (de Filosofia ou não), pessoas que ouviram dizer mas não conhecem, pessoas que desprezam totalmente e, ainda, pessoas que ignoram esta que é a “ciência da liberdade do espírito” – permitindo-me falar em “enigmas” como Hegel. Para concluir, se, como disse Kant, “não se aprende Filosofia, mas a Filosofar”, só tem sentido falar em um ensino de Filosofia em escolas e Faculdades se a preocupação inicial for com uma cultura da reflexão que possibilite uma atitude crítica diante das coisas do mundo e da cultura.


Benedicto philosophus in saeculum!...





No dia 27 de fevereiro de 2011, o filósofo paraense Benedito Nunes deixou este corpo humano e sensível para adentrar no plano “metafísico” da saudade. Nascido em Belém do Pará no dia 21 de novembro de 1929, Benedito Nunes ou, simplesmente, Bené – para os íntimos – dedicou sua vida à Filosofia e à Literatura, entendidas como verdadeiras “claves” hermenêuticas para  o entendimento do drama existencial humano. Fundador da Faculdade de Filosofia do Pará, depois incorporada à Universidade Federal do Pará (UFPA), o professor Benedito Nunes foi um exemplo de humildade e serenidade intelectual. Quem teve a oportunidade de assistir a uma das palestras que o filósofo vinha proferindo nestes últimos anos, era tomado de um orgulho inefável diante de um sábio que, deliberadamente, resolveu permanecer na “província” sem, contudo, abandonar o espírito cosmopolita e demasiadamente humano próprios de todos os que amam o saber...

domingo, 1 de maio de 2011

Sites de Associações e/ou Sociedades de Antropologia

ANTROPOLOGIA

Corrida de Tora dos Índios Kyikatêjê da Reserva Indígena Mãe Maria (Amazônia/Pará)

A quem interessar, descriminamos abaixo alguns sites de Associações e/ou Sociedades de Antropologia:

Associação Brasileira de Antropologia (ABA)
http://www.abant.org.br/news/show/id/32

Sociedade Brasileira de Sociologia (SBS)
http://www.sociologia.com.br

Sociedade de Arqueologia Brasileira (SAB)
http://www.sabnet.com.br/

Reunião de Antropologia do Merco-sul (RAM)
http://www.ram2011.org/

Society for the Anthropology of Lowland South America (SALSA)
http://www.salsa-tipiti.org/index.html

Sobre o II Colóquio de Letras da FPA



Neste final de semana, a Faculdade Pan-Americana (Capanema/Pará) realizou, de 29 a 30/04/2011, o II Colóquio de Letras que trouxe como tema "Comunicação: Leitura e Escrita no Contexto Social". Durante o evento, professores/as e alunos/as da instituição e de outras Universidades tiveram a oportunidade de contatar com a realização de um evento que marca os passos do ensino superior privado e de qualidade da/na região nordeste do Estado. Um dos pontos altos do Colóquio foi o lançamento do Jornal "O Acadêmico", que, por sua vez, objetiva divulgar as atividades de pesquisa e extensão da FPA. Desta sorte, a primeira edição do Jornal contou com indicações de leitura, resumos de livros e filmes, notas de utilidade pública, artigos de professores/as e, ainda, com o resumo de uma entrevista feita com o reitor da Faculdade, Bispo D. Dirceu Milani, que falou da história e dos desafios que a FPA tende a superar. Portanto, aproveitando a ocasião da data deste novo mês que se inicia, o "trilhasfpa" parabeniza a todos/as os/as técnicos e funcionários da instituição pelo belíssimo resultado, congratulando-os/as pelo Dia do Trabalhador!

EDITORIAL, de "O Acadêmico"

EDITORIAL



“Os textos filosóficos” – a problemática da leitura no horizonte da formação de uma cultura da reflexão


A propósito do Colóquio de Letras da Faculdade Pan-Americana (Capanema/Pará) e, também, da primeira impressão/circulação do Jornal “O Acadêmico”, discutirei neste Editorial a importância da leitura para o que, nos horizontes da filosofia, costuma-se nomeadamente chamar de “formação de uma cultura da ou para a reflexão”; afinal: qual o télos (finalidade/escopo) de uma Graduação emfilosofia, senão justamente o exercício livre do pensamento tomado aqui como objeto de suas próprias preocupações?... A leitura, cito, a de textos filosóficos especialmente, é um certo tipo de órganon (modelo) representativo desta mesma formação, que apresenta o mesmo caráter fundamental da crítica.
Pode-se dizer que a metodologia específica, tanto de nossa prática docente, quanto de nossa aprendizagem (como discentes) – particularmente no que se refere à filosofia (enquanto disciplina eminentemente acadêmica), perpassa de todo em todo (enecessariamente!...) por uma relação direta quese deve ter com os textos filosóficos.Em outras palavras: a “frequentação” ao conjunto das obras dos grandes pensadoresé absolutamente indispensável, de vez que esta prática é a condição sinequanomde uma boa cultura filosófica. Logo, a base na qual se firma o grandioso edifício do saber filosofante não poderia seruma outrasenão ada leitura...
Indiscutivelmente, ler e, consequentemente, interpretar e escrever são uma das chaves-mestras da formação nos mais variados campos do universo epistêmico (científico), justificando-se, assim, o porquê da “razão filosófica” exigir-nos, reiteradamente, e muito mais do que nas outras disciplinas, a prática da leitura, diga-se, não apenas de comentadores, mas – e em primeiro lugar – de fontes originais.A metodologia específica da leitura dos textos filosóficos sob a forma de “uma filosofia de uma leitura filosófica” vai em direção à natureza da relação do estudante de filosofia com os textos filosóficos (deve ser muito bem conhecida).
Não se trata, portanto, de uma simples apropriação. Vê-se comumente que talento e boa vontade apenas não são suficientes, pois, um bom estudante ou um bom professor (ou comentador) de filosofia – caso queira tornar-se rigorosamente um “filósofo” (amante do saber) – não pode se furtar àquela tarefa de estudar/pesquisar laboriosamente as doutrinas.Este trabalho penoso – que, inicialmente se nos apresenta como uma tarefa ou missão difícil (mas nem um pouco impossível!), ou melhor, a “frequentação” direta e constante aos textos é, justamente, o vestíbulo para uma boa iniciação relativamente ao exercício crítico-reflexivo do pensamento filosófico.
Ler e interpretar um texto de filosofia implica “uma relação original”. E com isso se quer dizer que os “profissionais da área” têm a obrigação de “dominar” os termos técnicos próprios da seara filosófica, porquanto uma boa compreensão de um texto clássico (ou até mesmo contemporâneo), escrito por um livre pensador, requer um largo conhecimento da história da filosofia. Destarte, se nos iniciamos, ativamente, na reflexão mediante uma “visitação frequente” aos textos filosóficos, não constituiria despropósito investigar a natureza desta mesma leitura. Entretanto, devemos advertir que é imprescindível que se tenha, minimamente, uma visão panorâmica do transcurso da filosofia desde a sua origem até aos nossos dias.
Em termos de acúmulo de informação, o estudo historiográfico do pensamento humano não contribui em quase nada para o exercício de nossa racionalidade. Todavia, é por aí que se tem de começar. Antes, porém, cumpre observar que a história da filosofia, neste caso, deve ser filosoficamente considerada. Se nossas investigações acerca da matéria devem partir de uma história da razão, cito, dos gregos até o atual contexto da razão, disto resulta que, no referido itinerário, conseguiremos aprender a distinguir o que é o mais importante à nossa formação. Assim, a natureza da leitura de um texto filosófico é, numa rápida definição, atividade intelectual de pesquisa!...
Se, neste sentido, como se disse anteriormente, ler e interpretar um texto filosófico implica uma relação original, não se deve perder de vista o todo complexo dos problemas que historicamente são colocados pela sophia (sabedoria). Bem compreendido: a história da filosofia é importante, pois talvez ela nos ajude a interpretar melhor o projeto individual de cada filósofo, o qual tem de ser estudado na sua individualidade. Portanto, ler e pesquisar os textos-fontes, digo, prioritariamente os que se configuram como filosóficos, bem como buscar uma visão global do pensamento, tanto no que diz respeito a sua estrutura, quanto no se refere à sua história, são os pontos básicos mais elementares para transformar o conjunto das informações armazenadas em reflexão.Percorrer os argumentos de um filósofo é também pensar com ele, e isto nos põe já em condições de refletir; afinal, como bem disse Immanuel Kant: “não se aprende filosofia, mas a filosofar”...

[1]Wladirson Cardoso é Bacharel/Licenciado em Filosofia pelo Instituto de Filosofia da Universidade Federal do Pará (IFCH/UFPA), Mestre em Direitos Humanos pelo Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal do Pará (PPGD/UFPA), Doutorando em Antropologia da Universidade Federal do Pará (PPGA/UFPA) e Coordenador do Curso de Filosofia da Faculdade Pan-Americana (Capanema/Pará).